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Fragmento de nave soviética pode cair na Terra neste sábado (10), alertam cientistas
Especialistas monitoram atentamente o retorno à atmosfera terrestre de um intrigante fragmento espacial da era soviética. Trata-se de um módulo de pouso da missão Kosmos 482, lançada em 1972 com destino a Vênus, mas que falhou em escapar da órbita da Terra.
Com características impressionantes, o objeto possui:
Carcaça de titânio ultra-resistente
Peso aproximado de 500 kg
1 metro de diâmetro
Potencial para sobreviver à reentrada e atingir a superfície quase intacto
Segundo a NASA, após o fracasso da missão venusiana, a nave se fragmentou em quatro partes. Enquanto outros componentes já reentraram na atmosfera nas décadas passadas, este módulo específico permaneceu em órbita por incríveis 53 anos, testemunhando silenciosamente a história da exploração espacial.
Os cientistas destacam que, embora o risco para a população seja mínimo, o evento representa uma rara oportunidade de estudar um artefato espacial histórico retornando à Terra. A trajetória final do objeto está sendo acompanhada por agências espaciais internacionais, que calculam sua possível área de impacto.
Este episódio serve como lembrete do legado espacial da Guerra Fria e da longevidade dos equipamentos desenvolvidos pelo programa soviético - verdadeiras relíquias tecnológicas que continuam a nos surpreender mesmo após meio século no espaço.
"Agora, a peça de meia tonelada pode reentrar em nossa atmosfera dentro de uma faixa entre 52 graus de latitude norte e 52 graus de latitude sul, cobrindo uma vasta área da superfície terrestre."
Segundo o astrônomo Cássio Barbosa, esse é o padrão para a maioria dos satélites que reentram na atmosfera, por causa da sua órbita. Somente os satélites com órbita polar (menos de 10% do total) têm um mapa diferente.
Embora a maior parte dessa área seja oceano ou terra desabitada, os Centros de Operações de Vigilância e Rastreamento Espacial da União Europeia (EU SST) estão trabalhando para restringir o possível local e horário de reentrada. À medida que a reentrada se aproxima, as previsões se tornarão mais precisas, mas ainda há incertezas devido à natureza descontrolada do objeto.
"Nunca houve morte por causa da queda de lixo espacial. Há casos de danos em propriedades apenas. É mais fácil sermos atingidos por um raio do que por este lixo espacial”, declara Barbosa."
“Teoricamente, todos os locais por onde as linhas do mapa passam, seriam um local de queda, inclusive o Brasil. Mas o centro dessas janelas não está sobre o Brasil e as previsões variam de acordo com a atividade solar, a temperatura e as condições climáticas e globais. É muito improvável que tenha algum risco de cair no Brasil. Mas não dá para descartar 100%”, acrescenta o astrônomo.
