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ULA Vulcan faz estreia bem-sucedida na Força Espacial

 


Um foguete de dois estágios para cargas pesadas leva uma espaçonave da Força Espacial até a órbita geossíncrona da Terra

Após anos de obstáculos na certificação, a Força Espacial dos EUA finalmente tem seu mais recente foguete do Programa Nacional de Lançamento Espacial de Segurança (NSSL).

O mais novo ramo das Forças Armadas dos EUA lançou nesta terça-feira o foguete Vulcan Centaur, da United Launch Alliance (ULA), para a órbita geossíncrona terrestre (GEO), marcando a primeira missão de segurança nacional do veículo de lançamento pesado de dois estágios. O programa NSSL é responsável por enviar ao espaço algumas das tecnologias espaciais mais sensíveis e avançadas do país.

O Vulcan assumiu o lugar do Delta IV Heavy, da ULA, um dos foguetes mais prolíficos da história dos EUA em seu voo final em abril de 2024. No ano passado, o Vulcan completou dois voos de certificação — incluindo o lançamento do módulo lunar Peregrine, da Astrobotic — que abriram caminho para a missão desta terça-feira, chamada USSF-106.

O Vulcan decolou do Complexo de Lançamento Espacial 41, na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, pouco antes das 21h (horário do Leste dos EUA). A versão lançada tinha pouco mais de 60 metros de altura e gerou 1,36 milhão de kgf de empuxo graças a quatro propulsores de foguete sólido da Northrop Grumman e dois motores principais BE-4, da Blue Origin.

Após o desligamento dos motores principais, o segundo estágio Centaur V acionou seus motores RL10C, fabricados pela Aerojet Rocketdyne e abastecidos com hidrogênio e oxigênio líquidos criogênicos. Segundo a ULA, o Centaur V produz mais que o dobro de energia e é ordens de magnitude mais durável que seus antecessores.

O segundo estágio seguiu para a GEO, onde liberou uma carga útil da Força Aérea chamada Navigation Technology Satellite-3 (NTS-3) — o primeiro experimento integrado de satélite de navegação do país em meio século. O Centaur pode transportar até 6.500 kg de carga útil para a GEO.

"Após anos de desenvolvimento, colaboração técnica e dedicação de todos os envolvidos, incluindo nossos parceiros de missão do governo e toda a equipe da ULA, tenho orgulho de dizer que a primeira missão NSSL do Vulcan entregou suas cargas úteis com segurança no espaço", disse o Coronel Jim Horne, diretor da missão USSF-106.

"A segurança nacional começa no lançamento"

O Vulcan desempenha um papel crucial na transição da Força Espacial para longe de hardware e sistemas estrangeiros.

O NSSL começou a conceder contratos para uma nova geração de veículos de lançamento comerciais em 2018, distribuindo financiamento e missões para ULA, SpaceX, Blue Origin, Northrop Grumman e algumas outras. Até hoje, todas as missões foram realizadas pelo Falcon 9 e Falcon Heavy, da SpaceX, e pelos Delta IV e Atlas V, da ULA.

"A segurança nacional começa no lançamento", disse Gary Wentz, vice-presidente de programas governamentais e comerciais da ULA, em comunicado. "O Vulcan fez exatamente o que foi construído para fazer: entregar uma missão crítica com potência, precisão e confiança."

A SpaceX criticou a seleção do Atlas V, argumentando que o uso de motores russos violava sanções. A entrada do Vulcan, no entanto, "encerra a dependência dos EUA em motores russos", segundo a Força Espacial.

"O Vulcan oferece flexibilidade aos tomadores de decisão de nossa nação enquanto combatemos as tentativas de nossos adversários de perturbar as operações espaciais dos EUA", disse Tory Bruno, CEO e presidente da ULA.

O foguete de carga pesada tem a oportunidade de consolidar o legado do Delta IV Heavy, que, na época de sua aposentadoria, era o terceiro veículo de lançamento em operação com maior capacidade. Junto com o Falcon 9, ele foi a espinha dorsal do programa NSSL. Mas a concorrência está acirrada.

USSF-106 foi a primeira das 26 missões atribuídas à ULA no âmbito do contrato Fase 2 do NSSL. A SpaceX recebeu 22 missões na Fase 2.

Ambas as empresas foram novamente selecionadas para contratos da Fase 3, recebendo cerca de US$ 5 bilhões cada e 28 e 19 lançamentos, respectivamente. O New Glenn, da Blue Origin, também foi incluído nessa fase. Mas a Fase 3 é dividida em duas "faixas": ULA, SpaceX e Blue Origin receberam missões mais rigorosas da Faixa 2, enquanto Rocket Lab e Stoke Space assumirão voos menos exigentes da Faixa 1.

O programa NSSL está mais concorrido do que nunca, o que coloca mais pressão sobre a ULA para performar. No entanto, o sucesso desta terça-feira pode ser o primeiro passo para consolidar o Vulcan como o novo cavalo de batalha da Força Espacial.

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José Santos de Oliveira Fisico e engenheiro